Você já ouviu falar na Alsácia? Ela é conhecida por ser uma das principais regiões produtoras de vinhos da França, especialmente os brancos, e por sua charmosa arquitetura que mistura os estilos francês e alemão.

A sua capital, Estrasburgo, é considerada uma das principais capitais europeias, por ser sede do Parlamento e do Conselho da Europa, e é uma das cidades mais incríveis da França.

Como chegar em Estrasburgo

Estrasburgo está em uma posição estratégica, na fronteira com a Alemanha - a região inclusive já pertenceu à Alemanha durante alguns séculos. Tem aeroporto, uma malha de trem bem abastecida e pode ser acessada facilmente de diversas formas, partindo de diversos países.

Saindo do Brasil, as melhores opções são voar até Paris, na França, ou até Frankfurt ou Stuttgart, na Alemanha, e pegar um trem de menos de duas horas até a estação central de Estrasburgo. Também é fácil de chegar de trem a partir da Suíça, saindo de Zurique ou da Basiléia.

É possível pegar um avião até Estrasburgo, especialmente de outras cidades europeias, mas não existem voos diretos partindo do Brasil. O aeroporto fica a menos de 10 minutos de trem do centro da cidade.

Quando visitar Estrasburgo

Estrasburgo pode ser visitada o ano todo, mas é mais agradável nos meses de clima ameno, durante a primavera ou o outono europeu. No verão, a região é muito quente, com termômetros que batem nos 40 graus, o que dificulta as longas jornadas de passeio.

A paisagem de Estrasburgo é mais conhecida no inverno, devido ao famoso Mercado de Natal, entre novembro e dezembro - ele é tão icônico que deu à capital da Alsácia o apelido de "Capital do Natal".

Vale a pena encarar o frio de quase zero graus: as ruas ficam decoradas e iluminadas, há mercados de produtos típicos nos arredores da Notre Dame e uma árvore de Natal gigante na Place Kléber.

O que fazer em Estrasburgo

Bares, restaurantes e cervejarias: Estrasburgo é uma cidade jovem, vibrante, cheia de bares e restaurantes, dos mais tradicionais aos mais moderninhos. Aproveite a visita para tomar uma cerveja com uma tarte flambée ou provar um prato típico em um winstub com uma taça de vinho.

Museus: O museu mais imperdível é o Palais Rohan, construído na primeira metade do século 18 a pedido de um bispo para servir de palácio episcopal. Napoleão, Maria Antonieta e o Rei Luís XV passaram pequenas temporadas por ali, nos luxuosos quartos de hóspedes.

Hoje, é possível visitar as instalações da época, além de um completo museu de arqueologia, com escavações da região (coisas dos séculos 5, 6, 7...), e um museu de Belas Artes, focado especialmente em arte sacra do século 15 com obras de Donatello, Rafael, El Grecco, Rubens...

Também são interessantes o Museu de História de Estrasburgo e o Museu de Arte Contemporânea. Confira abaixo o tempo recomendado para cada visita:

- Palais Rohan (engloba o Musée Des Beaux-Arts, o Musée des Arts Décoratifs e o Musée Archeologique): no mínimo 4 horas

- Musée Alsacien, que mostra a cultura e os costumes da Alsácia: 1 a 2 horas

- Musée Historique de la Ville de Strasbourg, que conta a história de Estrasburgo desde sua fundação até os dias de hoje: no mínimo 3 horas

- Musée de l'Œuvre Notre-Dame, que traz peças da construção da Catedral: 2 a 3 horas

- Musée d'Art Moderne et Contemporain, com obras de arte moderna e contemporânea: 2 a 3 horas

- Musée Tomi Ungerer - Centre international de l'Illustration, com obras do ilustrador e artes gráficas itinerantes: 1 a 2 horas

As entradas custam 7,50 € e são gratuitas no primeiro domingo de cada mês. Há gratuidade em um museu a escolha do turista com o Strasbourg Pass (explicamos mais sobre ele abaixo).

Catedral Notre Dame de Estrasburgo: Um dos principais cartões postais de Estrasburgo, essa igreja de estilo gótico começou a ser construída há mais de mil anos, em 1015, e foi concluída em 1439.

Foi a maior igreja do mundo até 1880, quando foi ultrapassada pela Catedral de Colônia, na Alemanha. O edifício é impressionante, totalmente esculpido e cheio de detalhes.

A visita interna é gratuita, mas também vale subir os mais de 300 degraus até a plataforma e ver toda a cidade de cima (8 €). Em dias claros, é possível enxergar até a Floresta Negra, na Alemanha.

Dica: faça o download do app da Catedral para ter uma visão em realidade virtual de como era a mesma vista nos séculos 15 e 18.

Walking tours: a cidade oferece diferentes passeios guiados gratuitos, em inglês e francês, que funcionam no sistema de gorjeta voluntária. Você pode fazer o agendamento online aqui.

Petite France: A "Pequena França", a região mais bonita, romântica, florida e fotogênica de Estrasburgo, é o principap pedacinho da ilha que fica entre os canais, conectada por belas e adornadas pontes, rodeadas de casinhas históricas.

A origem do nome, porém, não é tão simpática: no século 15, os soldados franceses com sífilis eram confinados na ilha, e a doença era pejorativamente chamada de "mal francês".

São águas passadas no Rio Reno: hoje, a Petite France é um dos bairros mais bonitos da França - talvez, da Europa. Não deixe de ver:

- A barragem Vauban, de onde se pode apreciar a vista do terraço

- As pontes cobertas

- A pracinha Louise-Weiss

Grand Rue e Rue du Maroquin: lojas, restaurantes, bares, casinhas históricas... tudo isso consta na espinha dorsal do centro histórico de Estrasburgo, a Grande Île, patrimônio da UNESCO.

Praças, parques e feiras: a Place Kléber e a Place Gutenberg são as mais famosas. O Parc de l'Orangerie e o parque da Place de la Republique, uma quadra bem alemã de Estrasburgo, são os mais imperdíveis.

A cidade costuma ter feirinhas todos os dias (de livros, de antiguidades, de roupas, de comidinhas...), sempre em alguma praça diferente.

Le Quartier Européen: Estrasburgo é considerada uma das capitais da Europa, e aqui estão alguns dos seus principais edifícios: o Parlamento Europeu, o Conselho da Europa, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos...

Como funciona o Strasbourg Pass

A cidade possui um passe turístico que facilita a entrada em algumas das principais atrações, cortando possíveis filas (embora elas não sejam tão comuns nas atrações de Estrasburgo) e oferecendo descontos. O passe custa 22 € por pessoa, e garante cerca de 20 € de economia, no mínimo, se for usado por completo.

Ele vale por 3 dias e dá gratuidade em um museu a escolha, na visita à catedral e no passeio de barco, e desconto em alguns outros itens. Pode ser adquirido online ou nas oficinas de turismo da cidade.

Arredores de Estrasburgo: outras cidades da Alsácia e Alemanha

Quem tem mais tempo na cidade pode fazer alguns passeios de bate-volta de trem. Há cidades lindíssimas na região, várias com vinícolas e degustações guiadas, a menos de uma hora da gare central de Estrasburgo, com passagens bem baratinhas. É uma mais incrível que a outra. Aqui vão algumas sugestões:

- Colmar (possivelmente a mais famosa)

- Mulhouse

- Obernai (possui passeios guiados a vinícolas em inglês)

- Riquewihr

- Hunawihr (a cidade das cegonhas)

- Guertwiller (cidade bem pequena, mas que possui passeios guiados a vinícolas em inglês)

- Keysersberg (fica na Alemanha).

O que comer em Estrasburgo

A comida típica da Alsácia tem forte influência germânica e é servida principalmente nos Winstubs, como são chamados os restaurantes tradicionais. Os pratos típicos são:

- Tarte Flambée, uma espécie de pizza de massa bem fininha e cobertura simples de queijos, cebola, bacon...

- Jarret de porco, carne de porco que vem desmanchando servida costumeiramente com molho de vinho

- Spätzle, uma massa alemã semelhante ao nhoque, mas mais firme, porque não leva batata

- Chucrute, o repolho fermentado alemão

- Batata Rosti, original da vizinha Suíça

- Pretzels recheados

- Pratos com queijo Munster, típico da região

Também se encontra bastante nos restaurantes o Cordon Bleu de frango, empanado e recheado com presunto e muito queijo, e o Cassoulet, a "feijoada" francesa da região de Languedoc-Roussillon.

Entre abril e junho, é a época dos aspargos, e a maior parte dos restaurantes cria pratos deliciosos com o vegetal para aproveitar a sazonalidade.

Estrasburgo recebe muitos imigrantes, ou seja, a culinária de outros países (especialmente asiáticos, árabes e africanos) é abundante e impecável. Não deixe de provar também alguns restaurantes imigrantes da região.

Vale lembrar que os pratos costumam ser muito bem servidos e podem ser divididos por duas pessoas, dependendo da fome.

Quanto custa viajar para Estrasburgo

A França é um país caro por si só e Estrasburgo não facilita nesse sentido.

Não é uma cidade própria para compras, por exemplo, mesmo em períodos de liquidação de verão ou de inverno. Os próprios alsacianos costumam brincar que cruzam a fronteira para comprar itens básicos na Alemanha, onde tudo é mais barato. Anote os preços dos itens básicos da sua estadia:

Hotel bem localizado e bem avaliado: de 70 € a 150 € a noite, para duas pessoas
Museus: todas as entradas custam 7,50 €. Gratuitos no primeiro domingo de cada mês.
Transporte urbano: 2 €
Aluguel de bicicleta: na Vélhop, melhor serviço de locação de bikes, custa a partir de 1 € 1h ou a partir de 10 € por um mês, 20 € por um trimestre ou 36 € por um ano, mais uma taxa por hora ou dia usado.
Passeio de barco Batorama: 15 €
Chip de celular com chamadas e internet: Na Free, operadora local, o chip custa 8 € e o pacote mensal de serviços sai por 10 €.
Café: entre 2 € e 4 €
Cerveja: na faixa de 4 €, 300ml
Vinho: na faixa de 3 € a 4 € a taça
Um croissant ou pain au chocolat de padaria: entre 1 € e 2 €
Hambúrguer ou lanche: na faixa de 10 €
Um prato em um bom restaurante: na faixa de 15 €
Menu do dia com entrada, prato e sobremesa: na faixa de 20 €
Trens para cidades próximas: na faixa de 5 €
Trem para Paris: entre 30 € e 100 € o trajeto (dependendo da antecedência da compra e da disponibilidade de assentos promocionais)
Trem para Frankfurt: entre 30 € e 70 € o trajeto (dependendo da antecedência da compra e da disponibilidade de assentos promocionais)

Onde ficar em Estrasburgo

Os turistas costumam preferir se hospedar dentro da Petite France ou próximo da Catedral, mas são os locais mais caros. Os bairros nos Krutenau, Borse, Poincaré e Quartier de la Gare, nos arredores da estação de trem, também são ótimos, mais tranquilos, bem abastecidos de serviços, lojas e restaurantes, próximos dos principais pontos turísticos e possuem um custo-benefício bem melhor.